Após o Furacão

APÓS O FURACÃO

Um furacão transitou em nossa estrada.
Foi tanto vento que tocou a intimidade.
Descobriu telhas, desnudando a tempestade.
Agitou sonhos sacudindo as madrugadas.

Sobrevivemos com mãos dadas e  coragem.
Sob orações buscando a luz na resistência.
Desenvolvemos mais vigor nesta experiência.
Vencemos raios, conquistamos estiagens.

Ficaram cicatrizes da passagem do tornado.
Nosso suporte foi estarmos lado a lado.
As ventanias transformaram-se em bonança.

Fica a humildade pela natureza  imposta.
Nossa atitude, aguerrida, fez-se exposta.
Renovaram-se a alegria e a esperança.

Alexandre Pimentel
Gravataí, 29 de março de 2018.
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Multiversos

MULTIVERSOS

Existe vida em todos os recantos do universo.
Vida é mais do que expressão da biologia.
Vem na presença esplendorosa da energia.
Na evolução que desconhece o retrocesso.

Bilhões de sóis sobre as galáxias contemplam.
São miríades em incontáveis tons e cores.
Cometa andante entre asteróides voadores.
Estrelas magnas que, brilhantes, confabulam.

Infinitos anos luz desafiam todo  tempo.
Nebulosas surgem acalmando o firmamento.
Respostas sobre os céus, andam espalhadas.

Este é o vislumbre do poema à infinitude.
Compreensão do ser sob prisma da altitude.
Multiversos que acordam almas consagradas.

Alexandre Pimentel
Gravataí, 29 de março de 2018.
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Guerreiro Sou

GUERREIRO SOU

Trafego à  parte das veredas verdejantes.
Ando nas trilhas dos espinhos doloridos.
Dores que fazem os caminhos tão sentidos.
Sonhos espessos nas pressões inebriantes.

Grito um pesar impregnado e silencioso.
Sinto vertigens taquicárdicas, monstruosas.
Sensações ruins chegam a mim, tempestuosas.
Meu corpo expurga sentimento tenebroso.

Assim enfrento forte exército inimigo.
Fantasmas vis e seus comandos bem antigos.
Sombras pesadas que atormentam meu viver.

Reajo, então, com poderosa e forte espada.
Arma que levo no percurso desta estrada.
Guerreiro sou, minha batalha é o renascer.

Alexandre Pimentel
Gravataí, 21 de março de 2018.
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Radiância

Hoje recompus-me, saudável, radiante.
Raspei cabelos em monjado sacramento.
Superei mazelas,emoções e pensamentos.
Alcancei o olhar abrangente, extasiante.

Queimei pecados que geravam tristezas.

Artes Sagradas

ARTES SAGRADAS

Necessito natureza completa, sempiterna.
Mata bem densa com macacos sonoplastas.
Pássaros tenores nas canções entusiastas.
Índios xamãs que entoam músicas fraternas.

Sonetos águas que desçam das montanhas.
Rimas mescladas aos aromas das floreiras.
Plantas poéticas, girassóis e sementeiras.
Eis minha busca com inspiração tamanha.

Conheço os segredos de cura da floresta.
Sei muito o bem que toda erva manifesta.
Encantos busco na botânica ancestral.

Este é meu destino, poesias, cachoeiras.
Trilhas que levam ao profundo das soleiras.
Artes sagradas na missão sacerdotal.

Alexandre Pimentel
Gravataí, 13 de março de 2018.
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Operação Ilusão

OPERAÇÃO ILUSÃO

Como podes crer nas tais operações?
Bizarros golpes de atitudes hipnóticas.
Estelionato de pessoas tão neuróticas.
Exploram crentes, inventando ilusões.

Como consegues acreditar nas cretinices?
Todas as provas do delito são concretas.
Portas do crime escancaradas e abertas.
Promessas vãs, estelionato de crendices.

Não há dinheiro, não há ouro, nada existe.
Os meliantes, na mentira, sempre insistem.
Enganam, cegam, estimulando o fanatismo.

Vendem terrores, falcatruas nos aportes.
Findam sonhos, roubam vidas, geram mortes.
Golpe escroto, criminoso e clandestino.

Alexandre Pimentel
Gravataí , 5 de março de 2018.
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Horta Jardim

HORTA JARDIM

Misturo plantas num espaço do terreiro.
Ornamentais, verduras, frutas e legumes.
Manhãs abelhas e, nas noites, vagalumes.
Cores vibrantes que exalam doce cheiro.

Há flores lindas que recitam sons divinos.
As joaninhas são meus anjos protetores.
Borboletas que amenizam nossas dores.
Tomates frescos com bromélias e pepinos.

Germino, assim, as solanáceas nutritivas.
Meus sentimentos vêm de fontes redivivas.
Sonetos cujos nutrientes não têm fim.

Planto poemas, colherei uma esperança.
Jogo sementes que germinam abundância.
Declamo um verso que é horta e é jardim.

Alexandre Pimentel
Gravataí, 5 de março de 2018.
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Demônio Líquido

DEMÔNIO LÍQUIDO

Sorrateiro, silencioso, minha casa invadiu.
Trouxe os venenos de um mundo artificial.
Promoveu entre as pessoas grande mal.
De mim zombou, de minha dor, até sorriu.

Ostentou forças com poder tão pernicioso.
No colorido dominou quem não reflete.
Este inimigo veio aqui e implantou peste.
Vazio, sem luz, sem vida, sujo e vicioso.

Sim, ele enganou-me chegando escondido.
Fui assim ludibriado, trapaceado, iludido.
Ladrão medonho de hipnose estonteante.

Quando notei havia, aos jovens, conquistado.
Meninos tolos, sem visão, desinformados.
Contaminados pelo tal refrigerante.

Alexandre Pimentel
Gravataí, 4 de março de 2018.
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