Temporal

TEMPORAL

O vento ladrou qual histérica matilha,
o céu enegreceu e muitas árvores quedou,
galhadas se lançaram, quase tudo esvoaçou,
o clima era de luta, de batalha, de guerrilha.

As verduras lá da horta se encuvaram,
muita água agrediu em chuva bélica,
a natureza em agito estava histérica,
os meus olhos nesse caos se ampliaram.

Então meu ser deslumbrado umedeceu,
minha boca, sem palavras, emudeceu,
meus ouvidos escutavam relampejos.

O temporal raivoso transmutou em humildade,
partiu em nuvens sem inspirar saudade,
levou de mim a amarguras e os fraquejos.

Alexandre Pimentel
Gravataí,  20 de dezembro de 2015.
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