Descalabro

DESCALABRO

O silêncio canônico, ecoou no tempo atroz,
sacripanta, desvairado, no contexto dogmático,
a censura, a opinião, no agir pálido e fanático,
desprovido de respeito, engoliu a própria voz.

O sínodo arcebispal proibiu um manifesto,
corrompendo o serviço, a liberdade de expressão,
proibindo a caridade que precede a salvação,
num perfil inquisitório, desumano e indigesto.

Vil cruzada cartesiana em plena era digital,
cerceamento do falar com soberba sem igual,
infeliz perseguição, julgamento tão macabro.

Irmãos, a fogueira está acesa em brasa indigna,
não destoem um só milímetro da doutrina,
pois a sentença é o vácuo torpe, o descalabro.

Alexandre Pimentel
Porto Alegre, 31 de março de 2020.
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