terça-feira, 28 de abril de 2020

Ela

ELA

Ela amava-me numa manhã iluminada de domingo.
Ela deixou de amar-me em noite ruim de terça-feira.
Ela propôs, de novo, amor, numa quinta, derradeira.
Ela chorou por mim, sábado à tarde, um dia lindo.

Ela vibrou por nosso amor nas semanas passadas.
Ela expulsou-me de casa por falta de dinheiro.
Ela acusou-me de poeta, vagabundo, o embusteiro.
Ela beijou-me e declarou-se muito apaixonada.

Ela, então, negou-se a fazer fotos entre as flores.
Ela decretou minha mudança e muitas dores.
Ela não deseja ver-me alegre, radiante, altivo.

Ela oscilou em grande efeito sanfona e passional.
Ela enxergou, em mim, o doente, o vírus, o animal.
Ela deu-se conta que o amor findou, definitivo.

Alexandre Pimentel
Gravataí, 30 de abril de 2020.
www.alexandrepimentel.com.br

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