quarta-feira, 24 de julho de 2019

Inferno da Boemia

INFERNO DA BOEMIA

Amigos da noite abraçam-se o álcool e o tabaco.
O aroma pernicioso conduz o frenesi da madrugada.
A alegria catártica alivia, por hora, uma alma amargurada.
Festival alucinante do deus embriagado, Baco.

Um foi procurar uma aventura extasiante, passageira.
Outra chegou desejando compensar a adolescência.
Certa pessoa imaginou tranquilidade na consciência.
Todos encontraram sofrimento, tristeza derradeira.

A síncope tamborila ao fundo atroz da percussão.
Há burburinho, alguma briga, costumeira discussão.
Depois da meia noite o ritmo impregna, contagia.

Sombras trafegam, consomem excrecência deletéria.
Espectros estimulam a alegria falsa e a miséria.
Sejam bem vindos, irmãos, ao inferno da boemia.

Alexandre Pimentel
Gravataí, 24 de julho de 2019.
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