terça-feira, 7 de janeiro de 2020

Do Ente

DO ENTE

Ninguém chamou-me radical quando estive obeso,
aplaudiam meus hábitos viciados,  perniciosos,
os sintomas de doenças, evidentes e horrorosos,
a morte sorrateira que escondia-se no alto peso.

Resolvi eliminar tudo o que fazia-me débil e doente,
pensamentos tenebrosos, ranço, pessimismo,
emoções contaminadas de tristeza, vitimismo,
comida insalubre, degradante, inconsequente.

Optei pela saúde, sem farmácia e sem remédio,
a natureza é minha cura, a panacéia, o intermédio,
o paraíso, o céu na terra, o equilíbrio essencial.

Assim, renasci das funestas cinzas da ilusão,
superei circunstâncias normóticas da inação,
do ente mostruoso, ao ser humano pleno, integral.

Alexandre Pimentel
Gravataí, 7 de janeiro de 2020.
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