POSTO DE SAÚDE
Pessoas atiradas, amontoadas, vomitando.
Chega uma senhora carregada por parentes.
A moça grita forte, sente dor, range os dentes.
O estresse social, a grande causa, se alastrando.
Um senhor, indignado, chutou forte o balcão.
Outro tombou, morto, já cansado de esperar.
O ar condicionado até parou de funcionar.
O clima é de inferno, de horror, desolação.
Funcionários atuam num afã pandemoníaco.
Observam o sofrer do povo hipocondríaco.
Temem a agressão,a revolta, a quebradeira.
Este é o tal cenário brasileiro e recorrente.
Retrato da normose que atinge nossa gente.
Alívio temporário e doença a vida inteira.
Alexandre Pimentel
Porto Alegre, 6 de fevereiro de 2020.
Inscreva-se em nosso canal de poesias. Acesse: www.alexandrepimentel.com.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário