FILHO DA PATA
Aquele galo preto era mesmo formidável,
não foi chocado por galinha, mas por pata,
cresceu meio alucinado, brabo e psicopata,
era nervoso, violento e bem pouco amigável.
Desde frango foi tinhoso, um filhote de capeta,
atacava as pessoas a unha, bico, esporada,
feria outros animais com astúcia inusitada,
era muito perigoso e afetado da veneta.
O candomblé ofereceu-me valor considerável,
não vendi aquele ser, mesmo que, incontrolável,
pois apesar de agressivo, era cria lá de casa.
Misto de índio e garnizé, desde pinto, atrevido,
o galo filho de uma pata, jamais foi esquecido,
inda ouço o seu canto, vejo o arrastar da asa.
Alexandre Pimentel
Gravataí, 12 de dezembro de 2021.
www.alexandrepimentel.com.br
#pimentelpoeta
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