segunda-feira, 25 de maio de 2020

Limbo

LIMBO

No limbo sensações são bem intensas.
A cama tem pulgas e cheira a cachorro.
A casa é tão suja de se pedir socorro.
O quintal está tomado de lixeira imensa.

Nesse limbo, os ratos, tontos, transitam.
Lá fora as chuvas atacam, agressoras.
As bruxas gaguejam sobre as vassouras.
Goteiras hidratam e a tudo umidificam.

Uivos ao longe pressagiam minha morte.
Somente no amor reside a grande sorte.
Sei que o amanhecer será histórico e lindo.

Chega-me um alívio e dou início ao sonhar.
Recebo uma sutil sensação de bem estar.
Despertando mudarei a base desse limbo.

Alexandre Pimentel
Gravataí, 26 de maio de 2020.
www.alexandrepimentel.com.br

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