LIMBO
No limbo sensações são bem intensas.
A cama tem pulgas e cheira a cachorro.
A casa é tão suja de se pedir socorro.
O quintal está tomado de lixeira imensa.
Nesse limbo, os ratos, tontos, transitam.
Lá fora as chuvas atacam, agressoras.
As bruxas gaguejam sobre as vassouras.
Goteiras hidratam e a tudo umidificam.
Uivos ao longe pressagiam minha morte.
Somente no amor reside a grande sorte.
Sei que o amanhecer será histórico e lindo.
Chega-me um alívio e dou início ao sonhar.
Recebo uma sutil sensação de bem estar.
Despertando mudarei a base desse limbo.
Alexandre Pimentel
Gravataí, 26 de maio de 2020.
www.alexandrepimentel.com.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário