quinta-feira, 21 de maio de 2020

Profunda Mente

PROFUNDA MENTE

Nunca  senti uma tristeza, assim, tão cortante.
Jamais provei desse venenoso abandono.
Sofro, perdido, como pária, cão sem dono.
Cai num pranto sinistro, funesto, torturante.

Assim é minha dor, muito fria, intensa, traiçoeira.
Tráfego num inferno como algo descartável.
Mergulhado no esgoto, antevejo o lamentável.
Carrego a solidão como a melhor parceira.

Quem sou eu para receber alguma gratidão?
Afinal nada plantei senão a agrura da ilusão.
Perdi todos os méritos, minha vida, minha amada.

Resta-me, agora, o exercício da sobrevivência.
A andança sem graça de uma rude experiência.
Ilusória esperança pelo chão de longa estrada.

Alexandre Pimentel
Gravataí, 21 de maio de 2020.
www.alexandrepimentel.com.br

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