LUXÚRIA ARTE
Um dia imaginei-me especialista em sedução.
Ousei perceber em vãs conquistas, algo artístico.
Porém, meu proceder, nada tinha de altruístico.
No fundo implementei uma sutil devassidão.
Utilizei-me de glamour, influenciei diversas fãs.
Fiz do trabalho social a ferramenta dos sentidos.
Imaginava-me especial, até de Deus, um escolhido.
Entretanto, não passei de um simplório Dom Juan.
Tive inúmeras mulheres, mas jamais o amor sincero.
Fui o príncipe de amantes e o rei do lero-lero.
Espalhei meus feromônios pela rua, em toda parte.
Perdi-me entre a paz e o prazer bem transitório.
A luxúria, em meu ser, foi algo nítido e notório.
Vivi a perversão e ousei chamá-la "pura arte".
Alexandre Pimentel
Porto Alegre, 20 de junho de 2020.
www.alexandrepimentel.com.br
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